potatoguy

joined 1 month ago
[–] potatoguy@lemmy.eco.br 3 points 5 days ago

I tried KDE mobile (and a lot of other DEs) on postmarketos, seems everyone has the same experience, it drains the battery a lot faster than other phone DEs.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 4 points 5 days ago (2 children)

Yeah, the pin being only 6 digits is quite bad I liked the mobile version, but there are still some issues to iron out.

I like the vanilla gnome on my tablet, but smartphones are quite different. As for phosh, it seemed to be kinda buggy on my smartphone, I couldn't lock it and it had some other problems. Linux on phones have some road ahead to be good, but we're getting there. Maybe kde mobile might be better, but it sucks all the battery (idk why).

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 8 points 5 days ago (4 children)

One question, why not GNOME/GNOME mobile? I think it will make the device even better. I use it on my tablet and it just works very well, it has very good ergonomics.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 3 points 5 days ago

Sim, acho que agora ele é da Linux Foundation agora, ou alguma dessas entidades. Uns anos atrás não carregava nem HTML de hello world, logo logo ele fica top, certeza. Se tiver compatibilidade com extensões do firefox no futuro ainda, acho que ficaria o navegador perfeito.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 2 points 5 days ago

Concordo plenamente.

Públicos diferentes, não tem o pq de fazer essas coisas. Mas também tem o fato de que o Firefox é o navegador do nerd e da moça do RH que usa desde 2005, talvez se mantesse da mesma maneira, nenhum dos dois iria embora, mas já escutei de umas pessoas no trabalho que "se já tá mudando, pq não uso o edge?".

Tão dando tiro no pé real.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 3 points 5 days ago (2 children)

Tbm tô no librewolf atualmente, queria que o servo estivesse 100%, acho que seria bem melhor do que o ladybird, mas ninguém fala do coitado.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 8 points 5 days ago (1 children)

Don't stress the coffee machine, please, ask it gently "can you please stop ddosing someone on the other side of the planet and make a nice coffee for me?".

This always work for me.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 2 points 5 days ago

(Now on my main account)

Yeah, I used that before, but it used a lot of cpu (Idk why). As I searched for an alternative for my old setup on pulseaudio, I found I could just load pulseaudio modules, so I made this post, because I couldn't find anyone talking about just loading that module, only the werman module with rnnoise.

The module is still cool though! Thanks for sharing.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 1 points 5 days ago (1 children)

I had this in KDE (I have Nvidia too...), it was when I was sharing or downloading linux ISOs. If you see this problem when downloading or moving files (like KDE itself freezing, changing volume, but it staying the same, changing brightness, but it actually staying the same), I recommend going after another DE while using nvidia, because I could never figure out why it only freezes on KDE (I changed a lot of things over the years, only KDE gave me this problem).

 

Pareceres de Derrite favorecem a elite do crime e tentam dificultar investigações independentes nos estados

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 14 points 2 weeks ago

The video glances at this, but this happened where I work, so I can't give the direct sources for the case against the place I work, but if even the Oracle employees talk about the draconic bullshit Oracle does, imagine what happens to the companies/governments they sue.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 35 points 2 weeks ago (7 children)

Oracle sues for everything, when they sue you, they can ask for their payment to be related to the total employees of the company, to take that as users of the Oracle Database (trademark)(copyright)(shat my pants) or Java (do I need to repeat?). Yeah, they sue for EVERYTHING.

 

Crédito: Rapha Baggas

Com o alvorecer de uma nova Conferência sobre Mudança do Clima, as pessoas voltam a se dividir entre a esperança de um acordo transformador e o ceticismo diante da inação crônica.

notíciaEm um ano em que o gás carbônico na atmosfera teve o maior salto já medido na história, a urgência científica colide com o esfacelamento geopolítico. E esse talvez seja o elemento de maior dor de cabeça para o multilateralismo climático desde 1992. Com eventos climáticos extremos se acelerando e a cooperação internacional sob pressão de guerras, genocídios e autoritarismo, o maior desafio é a crise de confiança.

Na Pré-COP de Brasília, a China criticou duramente o unilateralismo e o protecionismo, deixando claro que a desconfiança é agravada pela retração de grandes emissores. A situação é de “dinheiro travado em países ricos”, agravada na Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) passada, no Azerbaijão, por conta de o acordo final sobre a nova meta de financiamento climático ter ficado aquém em US$ 1 trilhão, legando à COP 30, no Brasil, a missão de provar que o multilateralismo ainda é possível.

Além disso, o pleito pelo afastamento dos combustíveis fósseis é ladeado não apenas pelo desinteresse do Norte Global em se responsabilizar, mas também pela ambiguidade do anfitrião. O Brasil, que deveria capitanear a agenda de transição justa no Sul Global, evidencia o mesmo dilema fóssil dos grandes emissores ao liberar a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e ao não pautar o abandono dos fósseis como prioridade em sua agenda doméstica. A esse quadro, soma-se o crescimento dos gastos mundiais com guerras, que drenam recursos que deveriam ser aplicados na ação climática. O Roteiro de Baku a Belém é a chance de reverter essa tendência, devendo ser ambicioso e crível ao priorizar financiamento público, novo, adicional, altamente concessional e previsível para nações do Sul Global.

®Adaptação: o pilar central

Se a mitigação é o esforço para conter a crise, a adaptação é a ação para salvar vidas agora. A realidade da inação é catastrófica. Inundações, secas e insegurança alimentar afetam as populações mais vulnerabilizadas, como povos indígenas, territórios negros e quilombolas, comunidades locais e periferias urbanas. A urgência da adaptação exige que a resiliência se torne um pilar mensurável, justo e financiado do Acordo de Paris, fortalecendo as capacidades locais de implementação para que a segurança coletiva se sobreponha à vulnerabilidade.

A Presidência brasileira elegeu a adaptação como o tema central da COP 30, conforme estabelecido em sua Oitava Carta à comunidade internacional. Essa é uma resposta direta à realidade do Sul Global, que mais sofre os impactos da crise. A urgência ganhou um forte momentum na Pré-COP de Brasília, por meio de várias manifestações das partes presentes sobre o abismo de financiamento para a adaptação a partir de 2026, quando a maioria dos compromissos de duplicação de Glasgow expira.

As necessidades anuais de adaptação nos países em desenvolvimento são estimadas em centenas de bilhões de dólares, enquanto os fluxos públicos internacionais são dramaticamente insuficientes. Financiar a adaptação salva vidas, reduz custos futuros e cria oportunidades para as comunidades e as economias, construindo um desenvolvimento resiliente. É por isso que organizações do mundo todo, entre elas o Instituto Socioambiental (ISA), pedem que a COP 30 entregue o que é inadiável: a decisão de ao menos triplicar o financiamento para adaptação até 2030, com base nos níveis de 2022. Essa ação é inteligente, pois cada dólar investido pode gerar até US$ 10 em múltiplos benefícios econômicos e sociais.

Nesse sentido, um passo crucial para a COP de Belém é a conclusão do Marco Emirados Árabes Unidos-Belém para Resiliência Climática Global e a aprovação do conjunto completo de indicadores do Objetivo Global de Adaptação (GGA). O sucesso nesse pilar é fundamental para o legado da COP da Adaptação, evitando o abismo financeiro previsto a partir de 2026.

®O dilema fóssil

Com meses de presidência e após oito cartas à comunidade internacional, o Brasil buscou fortalecer o clima de confiança, mas sua liderança global foi perseguida pelo reflexo de suas contradições domésticas. Enquanto ativistas se manifestam pelo fim dos fósseis, a decisão do Ibama de liberar a licença de pesquisa para a Petrobras na Foz do Amazonas projeta uma sombra de contrassenso sobre a presidência da COP.

O avanço na exploração de petróleo em uma região ecologicamente sensível e crucial para o clima global fragiliza o discurso climático do país e coloca em xeque sua credibilidade. Organizações da sociedade civil já se mobilizam na justiça para anular esse aval, demonstrando o custo político e ambiental dessa aposta fóssil. Belém precisa ir além da retórica, estabelecendo um processo detalhado e um calendário para a transição longe dos combustíveis fósseis, com a eliminação de subsídios econômicos e a taxação de atividades poluidoras.

Enquanto o Brasil abre uma nova fronteira de exploração na Amazônia, a transição energética não pode ser apenas técnica, mas também deve ser justa. A transição para fontes de energia limpa não deve agravar a pobreza energética, a exposição a contaminações e toxicidades, ou impactar negativamente os territórios tradicionais. O modelo deve ser construído com a participação das comunidades, promovendo o acesso à energia e o desenvolvimento de soluções locais e descentralizadas.

®Os povos tradicionais

A relevância das COPs e a eficácia das soluções climáticas estão intimamente ligadas ao protagonismo da sociedade civil e à valorização dos saberes e práticas de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais (PCTs) nos processos de tomada de decisão. Os PCTs demonstram na prática que o enfrentamento às mudanças climáticas depende de seus modos de vida e da proteção de seus territórios. O fortalecimento de suas culturas e saberes tradicionais, como o uso de muvuca de sementes, demonstra soluções que são mais eficientes, resilientes e economicamente viáveis do que os modelos convencionais.

Em contraste gritante com a invisibilização do papel e contribuição dos povos indígenas e quilombolas da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) oficial brasileira, as NDCs indígena e quilombola se apresentam como as verdadeiras propostas de revolução climática e lições éticas para o mundo.

O Brasil ignora as populações que são verdadeiras guardiãs da Amazônia e de outros biomas, cujos territórios titulados e protegidos são a política de mitigação mais eficaz e de baixo custo que o país pode oferecer. A ambição brasileira seria radicalmente alavancada com o compromisso de titulação plena e proteção de todos os territórios quilombolas e terras indígenas do país.

Para viabilizar essa revolução, essas populações exigem em suas NDCs que a COP 30 trate o financiamento climático com justiça e autonomia e que haja a garantia do acesso direto, desburocratizado e não reembolsável a recursos nacionais e internacionais, respeitando suas estruturas de governança.

Ademais, reivindicam que o protagonismo dos PCTs nos processos de tomada de decisão deve ser o novo padrão para as COPs, reconhecendo que a proteção dos direitos territoriais é um esforço integral para uma solução global mais robusta, eficaz e duradoura para a crise climática.

®Teste da credibilidade

A urgência de Belém se resume a um imperativo ético e financeiro: salvar vidas agora, triplicando os recursos para a adaptação e garantindo a conclusão do Marco Emirados Árabes Unidos-Belém. O tema é o pilar que pode restaurar a relevância da COP, pois foca os mais vulnerabilizados. Essa entrega tende a não ser apenas técnica, mas também uma prova de vontade política global.

O legado da COP 30, no entanto, será inseparável da contradição do país anfitrião. Belém será o palco onde o Brasil, de um lado, promete ser um líder na floresta e na energia limpa, mas, de outro, sinaliza a abertura de uma nova e perigosa fronteira fóssil na Amazônia. A licença de pesquisa na Foz do Amazonas fragiliza a credibilidade brasileira no centro da crise global de confiança. Para provar que não está apenas replicando o modelo de inação do Norte Global, o Brasil precisa ir além da retórica. A ambição exige tanto um “mapa do caminho” para a transição energética justa quanto um compromisso firme para superar o dilema fóssil doméstico e eliminar os subsídios que perpetuam a dependência de energias poluentes.

Em meio às crises de financiamento e credibilidade, os povos indígenas, os quilombolas e os povos e comunidades tradicionais oferecem uma ponte coerente entre mitigação e adaptação. Ao exigirem acesso direto a recursos para proteger seus territórios, as NDCs indígena e quilombola injetam a ambição ética que falta ao processo. Para que Belém seja lembrada como um ponto de virada, os negociadores deverão ser capazes de transcender a crise geopolítica e a hipocrisia fóssil, consolidando um pacote robusto de adaptação e elevando o protagonismo dos PCTs.

*Ciro Brito é analista sênior de Políticas Climáticas do Instituto Socioambiental (ISA). Advogado, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Governança Climática.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 19 points 2 weeks ago (1 children)

100%.

Reminds me of this.

 

From the video description:

Stop recompiling your C code just to change a number. adjust.h is a single-header library that lets you edit variables while your program is running - no rebuilds needed. Just include the header, mark your variables, and watch them update live as you edit your source file. In this video, I'll show you how to set it up and demonstrate why this simple tool can save you time.

Works with any C99 compiler and integrates perfectly with Raylib, ImGui, and other popular libraries. Whether you're tweaking game physics, adjusting graphics parameters, or fine-tuning algorithms, adjust.h will make your life simpler. Zero dependencies, minimal setup, maximum productivity.

 

Foto: Karl-Josef Hildenbrand/dpa/picture alliance

Quantos profissionais qualificados são preteridos em detrimento de quem tem seguidores, mas sem formação?

 

Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

A FAVELA SANGRA, E O PAÍS FINGE NORMALIDADE

Nas coberturas à beira–mar, a vida segue, porque o sangue derramado não mancha o piso de mármore

 

Eis o nome de um arquivo que detalhava o esquema de venda de sentenças envolvendo um desembargador, sua filha e um gaiato no Piauí

 

Incêndio na região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, atingiu cerca de 110 mil hectares dos 240.611 hectares de cerrado protegidos pelo parque. | Crédito: Arthur Monteiro

Incêndios na região não são fatalidades naturais, mas produtos de escolhas sacrificantes à vida para expansão do agro; em meio ao cenário de falsas “soluções verdes”, povos originários e tradicionais cerradeiros resistem para adiar o fim do mundo.

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Agência da Caixa, responsável pela administração do FGTS - Tânia Rego / Agência Brasil

spoiler

Presidente Carlos Vieira confirmou lançamento de plataforma própria de apostas online ainda em 2025. Objetivo é ampliar arrecadação para suprir queda de receita com loterias

O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, voltou a confirmar que a instituição terá uma plataforma própria para apostas online, conhecida como bet da Caixa. Em entrevista ao jornal Money Times na segunda-feira (20), ele confirmou a implementação da operação até o fim de novembro.

A medida é vista como uma tentativa de aumentar a arrecadação do banco público após quedas nas receitas da loteria. A entrada no mercado de apostas online, no entanto, acontece enquanto o governo ainda lida com os efeitos do vício em jogos sobre a economia e a saúde dos brasileiros.

29% foi quanto a Caixa deixou de arrecadar com a loteria entre o quarto trimestre de 2024 e o primeiro de 2025.

A arrecadação com jogos de azar

O mercado de apostas esportivas foi legalizado em 2018 no Brasil, mas só começou a ser regulamentado em 2023, por iniciativa do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante esses cinco anos, as bets eram permitidas, mas sem regras, fiscalização ou pagamento de impostos.

Lula justificou a regulamentação dizendo que proibir completamente a prática seria difícil. Mesmo assim, ele afirmou que o governo tomaria medidas para conter as apostas. Também declarou que voltaria atrás caso a medida “não desse resultado”, demonstrando preocupação com o vício em jogos no Brasil.

“Tem muita gente se endividando, tem muita gente gastando o que não tem. E nós achamos que isso tem que ser tratado como uma questão de dependência. Ou seja, as pessoas são dependentes, as pessoas estão viciadas” Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, em declaração à imprensa em outubro de 2024

Ao mesmo tempo que o governo demonstrou preocupação, a equipe econômica defendeu a tributação das apostas online como forma de aumentar a arrecadação federal e distribuir os recursos para outras áreas, como educação e segurança pública.

Até então, a arrecadação com jogos de azar pelo governo federal tinha como fonte apenas a Loteria Federal. A modalidade é uma exceção dentro dos jogos de azar considerados contravenções penais. No anos 1960, o governo permitiu a exploração de loterias especificamente pelo Estado e atribuiu a competência à Caixa Econômica Federal.

Com a regulamentação das bets, a Receita Federal passou a contar com uma segunda e mais expressiva fonte de tributos. Entre janeiro e julho de 2025, a alíquota de 12% sobre a chamada GGR (gross gaming revenue, ou receita bruta de jogo) rendeu R$ 2,6 bilhões aos cofres públicos – 24% mais que as loterias, que arrecadaram R$ 2,1 bilhões.

R$ 4,73 bilhões foi quanto a Receita Federal arrecadou com impostos de bets e loterias entre janeiro de julho de 2025.

Na terça-feira (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo vai entregar ao Congresso duas propostas para aumentar a arrecadação e equilibrar as contas públicas em 2026. Uma delas – fatiada da medida provisória nº 1.303, derrubada pela Câmara dos Deputados no início de outubro – propõe elevar a taxação sobre as bets de 12% para 18%.

Outro projeto em análise na Câmara prevê dobrar a alíquota para 24%, com prazo de quatro meses (se sancionado) para que empresas de adaptem. A Comissão de Finanças e Tributação aprovou na quarta-feira (22) a urgência da tramitação do texto, encabeçado pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).

Por que a Caixa quer lançar uma bet

Mais do que aumentar a arrecadação por meio da taxação de empresas privadas de apostas esportivas, o governo quer abrir espaço no mercado as bets com uma operação própria. Para isso, ele pretende usar a experiência da Caixa com loterias.

A proposta de uma bet estatal tem sido levantada desde 2024, quando a Caixa teve autorização para operar sobre apostas esportivas. Na época, Vieira, presidente da instituição, disse que a modalidade não concorre com as loterias tradicionais e a estratégia poderia atrair novos públicos.

“O mercado do Brasil tende a crescer muito nesse segmento, e o banco quer estar presente” Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal, em declaração a jornalistas em agosto de 2024.

O presidente do banco confirmou o lançamento da bet da Caixa na segunda-feira (20), com início previsto para novembro. Em entrevista ao jornal Money Times, o executivo disse que a plataforma deve operar por meio de um “superaplicativo”.

O objetivo é arrecadar de R$ 2 bilhões a R$ 2,5 bilhões em 2026, suprindo as quedas recentes na arrecadação das loterias. A receita da modalidade em 2025 deve ser menor do que a de 2024, segundo Vieira.

R$ 27 bilhões foram arrecadados pelas loterias da Caixa Econômica Federal em 2024.

Ione Amorim, economista e consultora do programa de serviços financeiros do Idec (Instituto de Defesa de Consumidores), afirmou ao Nexo que a proposta da Caixa preocupa, pois associa um banco público – ou seja, um banco vinculado a programas e políticas sociais – ao mercado de apostas online.

“O governo conhece todo esse processo em que estamos reivindicando uma regulamentação melhor, com fiscalização e educação financeira, tentando tirar a população de um ambiente de endividamento. Aí vem o principal banco público, de fomento de vários serviços, e anuncia uma medida como essa. É totalmente contraditório”, disse.

Para ela, a experiência da Caixa com a Loteria Federal não justifica a entrada no mercado das bets. “A metodologia [das loterias] já tem um consenso. Os sorteios são feitos com ampla transparência, ainda que haja questionamentos sobre isso. As pessoas sabem quais são os limites, têm clareza do que e como vai ser sorteado. As regras são definidas e elas têm sua zona de limite”, acrescentou.

Já Gabriel Correia, professor do Departamento de Administração da UFF (Universidade Federal Fluminense), disse que a bet da Caixa põe o governo na contramão do bem-estar da população e normaliza as apostas ao ignorar seus riscos.

“Quando um banco público, que se autodenomina em seu site ‘principal parceiro do governo federal na execução de políticas públicas’, age para expandir suas receitas a partir de um fenômeno contraditório como as bets, ele precisa ser questionado”, disse ao Nexo.

“Quais políticas públicas o Estado e a Caixa Econômica se veem capazes de financiar, sendo eles mesmos responsáveis por ampliar os impactos na sociedade brasileira ao colocar mais uma empresa desse tipo no mercado? O Estado, como agente de promoção do bem-estar da população, vai na contramão de sua própria função, sem refletir, junto à sociedade, sobre os impactos [das bets]” Gabriel Correia, professor do Departamento de Administração da UFF (Universidade Federal Fluminense)

Os efeitos das bets na saúde e na economia A entrada da Caixa no mercado de bets ocorre enquanto o Brasil ainda enfrenta os desafios desse fenômeno. As apostas online vêm gerando impactos sociais e legais no país, especificamente em duas frentes: economia e saúde.

5° lugar é a posição do Brasil no mercado global de bets; a estimativa é que o país fature US$ 4,14 bilhões em 2025, segundo a consultoria international Regulus Partners.

O vício crescente dos brasileiros nos jogos fez o SUS (Sistema Único de Saúde) ampliar a assistência para apostadores. Em 2018, foram 111 atendimentos ambulatoriais relacionados a “transtorno do jogo” ou “mania de jogos de aposta” no Brasil. Em 2024, o número subiu para 1.292.

Em junho, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a publicidade dos jogos deve ser como a do cigarro: alertando sobre os efeitos e os riscos de dependência ao apostar. “A gente pode dar um passo além do cigarro, que é, na própria plataforma, ter mecanismos de acolhimento, de atendimento com profissional, disparar isso [quando o usuário excede o tempo na plataforma]”, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo.

Do ponto de vista da saúde, as bets são consideradas mais perigosas que as loterias. No organismo do apostador, o jogo gera um efeito estimulante sobre o sistema nervoso central, e um fator importante para isso é o tempo entre o jogo e o resultado. Quanto menor o intervalo entre eles, menos o cérebro consegue avaliar os riscos e frear o desejo de seguir apostando. Por isso, as bets, que têm dinâmicas rápidas, são mais viciantes.

Quando a aposta passa a ser recorrente, seus efeitos se assemelham aos relatos de tolerância ou abstinência descritos por dependentes de álcool e drogas ilícitas.

“É um comportamento que acaba prevalecendo, que a pessoa encobre apesar dos problemas que ele possa ter. E isso não a impede de continuar apostando. É a mesma coisa de alcoólatra, que continua apesar dos prejuízos” Ronaldo Laranjeira, psiquiatra, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) com pós-doutorado em dependência química pela Universidade de Londres, em entrevista ao Nexo em setembro de 2024.

Além de afetar a saúde mental dos apostadores, as bets comprometem o orçamento das famílias – o que pesquisadores definiram como “betização da renda”.

Em setembro de 2024, um levantamento do Banco Central mostrou que 5 milhões de pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família tinham gastado R$ 3 bilhões com apostas esportivas online via Pix no mês anterior. De cada R$ 5 destinados à política de distribuição de renda naquele mês, R$ 1 foi gasto com bets.

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Sou só eu ou o lemmy brasileiro precisa de uma comunidade mais ativa ou mais usuários?

Uso o lemmy desde 2022, apoio o lemmy brasileiro no open collective (que acredito que todos que possam fazer sua parte, façam sua parte) e tudo mais, mas sinto falta do público brasileiro aqui.

No r/brasil estão "lançando" redes como o orkut, mas nada mais se fala sobre a instância brasileira no lemmy, acredito que possa ser bom chamar mais gente para cá.

Aquele(a) colega de trabalho que gosta do open source, aquela pessoa que usa linux, aquela pessoa que se interessa sobre privacidade na internet ou pirataria.

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