this post was submitted on 17 Nov 2025
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Estudo conduzido pelo streaming Deezer e pelo instituto de pesquisa Ipsos mostrou que 97% dos entrevistados não souberam diferenciar canções geradas por inteligência artificial das feitas por humanos

O serviço de streaming Deezer e o instituto de pesquisas Ipsos divulgaram, na quarta-feira (12), um estudo acerca da percepção do público sobre o uso de inteligência artificial na música. A análise aconteceu a partir de 9.000 entrevistas em oito países – Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Holanda, Alemanha e Japão.

97% é a porcentagem de entrevistados que não conseguiram diferenciar músicas geradas por inteligência artificial de cantores reais

A maior parte dos entrevistados (71%) ficou surpresa com as criações por inteligência artificial, e pouco mais da metade (52%) se sentiu desconfortável por não reconhecer o artista digital. Os resultados são uma amostra da participação da IA na indústria musical, com milhares de ouvintes e contratos milionários.

Neste texto, o Nexo apresenta os resultados da pesquisa, explica como a IA está se popularizando entre o público e mostra quais os posicionamentos das principais plataformas musicais sobre a inteligência artificial na indústria.

Os resultados da pesquisa

A pesquisa teve como público-alvo pessoas de 18 a 65 anos, feita de maneira online entre os dias 6 e 10 de outubro. 46% dos entrevistados disseram que a inteligência artificial pode ajudá-los a descobrir músicas novas.

Os entrevistados foram submetidos a um teste cego de escuta: os pesquisadores apresentaram três músicas, sendo duas geradas totalmente por IA e uma feita por humanos.

As reações sobre músicas geradas por inteligência artificial foram mistas. Enquanto 66% dos entrevistados afirmaram que ouviriam faixas geradas totalmente por IA por curiosidade, 40% pulariam canções não humanas se as encontrassem nos serviços de streaming.

Em relação ao impacto da IA na indústria, 51% afirmaram que ela terá um papel significativo na criação musical na próxima década. A mesma porcentagem disse que as músicas serão mais genéricas e de baixa qualidade, enquanto 64% afirmou que a produção cultural irá perder a criatividade com a inteligência artificial.

Os entrevistados disseram que as plataformas devem agir de maneira transparente, rotulando músicas feitas 100% por IA. 73% afirmaram que gostariam que os serviços de streaming indicassem se estão recomendando faixas não humanas. Além disso, um quarto das pessoas não tem certeza se o algoritmo deles recomenda ou não esse tipo de composição.

42% é a porcentagem de entrevistados que gostariam de um filtro para músicas feitas 100% por IA nos serviços de streaming

A pesquisa também perguntou a opinião dos entrevistados sobre direitos autorais: 65% disseram que não deveria ser permitido usar material protegido para treinar modelos de inteligência artificial, e 73% acham a prática sem autorização antiética.

Sobre a remuneração de artistas, sete em cada 10 entrevistados afirmaram que a IA ameaça a indústria. 69% acreditam que os pagamentos para músicas de inteligência artificial deveriam ser menores que para os humanos.

Cenário brasileiro A Deezer Brasil divulgou os resultados da pesquisa no cenário nacional. Os dados foram semelhantes ao cenário mundial, repetindo a porcentagem de entrevistados que não identificaram músicas geradas por IA: 97%. No entanto, os brasileiros se mostraram mais interessados em canções de inteligência artificial.

76% é a porcentagem de brasileiros que escutariam músicas por IA por curiosidade

Os principais resultados brasileiros foram:

62% acreditam que ferramentas de IA podem ajudar a descobrir novas músicas 60% disseram que a inteligência artificial pode levar à perda de criatividade na indústria musical 46% se sentiram desconfortáveis por não diferenciarem as músicas de IA 77% afirmaram que as músicas de IA deveriam ser rotuladas 56% discordam do uso de material protegido por direitos autorais para treinar modelos 64% disseram que os pagamentos por músicas totalmente feitas por IA deveriam ser menores que para humanos A IA na indústria musical A pesquisa da Deezer e do Ipsos também perguntou a opinião sobre o ranqueamento de produções de IA em paradas musicais com artistas reais. Apenas 11% dos entrevistados disseram que ambos deveriam estar nas mesmas listas – esse valor sobe para 52% entre os brasileiros.

Na mesma semana do lançamento do estudo, a lista de músicas mais escutadas de country em plataformas digitais da revista Billboard é liderada pela canção “Walk My Walk”, de Breaking Rust. A faixa do artista de IA acumula mais de 3,9 milhões de plays no Spotify desde seu lançamento, em 17 de outubro.

Segundo a Billboard, dez artistas de IA figuraram em rankings semanais de mais escutados em plataformas digitais desde 16 de agosto. Em 2023, paródias computadorizadas tinham chegado a altas posições nas listas de plays digitais, como é o caso de “First Day Out”, com a voz de Donald Trump, e “PLAN Z”, imitando o personagem Plankton, do desenho animado “Bob Esponja”

A principal artista de IA do momento é Xania Monet. Criada pela poetisa americana Telisha “Nikki” Jones, com o uso da plataforma de geração de músicas Suno, a personagem canta ao estilo R&B. Ela foi a primeira criação por computador a tocar repetidas vezes nas rádios americanas que apareceu nas listas principais da Billboard.

1.392.952 é o número de ouvintes mensais de Xania Monet no Spotify, em 14 de novembro

Monet alcançou a terceira colocação das músicas de gospel mais ouvidas na semana terminada em 25 de outubro, com “Let Go, Let God”. Já no ranking de R&B em rádio, ela ficou na 30ª colocação na semana de 8 de novembro, com “How Was I Supposed to Know”. A música tem mais de seis milhões de plays no Spotify.

Em julho, a banda de folk e rock alternativo The Velvet Sundown alcançou a marca de um milhão de ouvintes mensais no Spotify. Além das músicas, as imagens de divulgação e a descrição do perfil foram feitas por inteligência artificial. O conjunto se descreve como “uma provocação artística contínua concebida para desafiar os limites da autoria, identidade e o futuro da própria música na era da IA”.

No Brasil, a cantora Tocanna – uma tucana antropomorfizada criada pelo designer gráfico Gustavo Sali – popularizou nas redes sociais com “São Paulo”, uma paródia explícita de “Empire State of Mind”. O cantor Jay-Z, autor da original, derrubou a versão brasileira por violação de direitos autorais.

A ação das plataformas

A geração de músicas em plataformas de IA, como o Suno e o Soundful, se expandiu no último ano. Os serviços de streaming de música, como Spotify, Deezer e YouTube, ainda não têm uma atuação compartilhada sobre o uso de músicas de inteligência artificial. A atitude geral é aceitá-las em seu catálogo, mas com algumas restrições.

De acordo com Liz Pelly, jornalista americana e autora do livro “Mood Machine: The Rise of Spotify and the Costs of the Perfect Playlist” (em tradução livre, “Máquina do humor: O crescimento do Spotify e os custos da playlist perfeita”), o uso de artistas falsos faz parte de uma estratégia de mais de uma década das plataformas, para alavancar um estado de espírito através das playlists. “A indústria usa termos como música de conveniência, música funcional e ouvinte passivo para se referir a isso”, disse ao Nexo em fevereiro de 2025.

“Quando os ouvintes passam a moldar seus hábitos às playlists, isso coloca o serviço de streaming em uma posição de poder para colocá-los para escutar as músicas que são mais baratas”. Liz Pelly, jornalista americana, em entrevista ao Nexo em fevereiro de 2025

A principal luta conjunta dos serviços de streaming é a redução do spam musical. Ao barrar o envio em massa, duplicações, composições praticamente iguais e faixas artificialmente curtas e de baixa qualidade, as plataformas reduzem os gastos com a distribuição de royalties.

O Spotify lançou, em setembro, um filtro para identificar autores que enviam spam musical para a plataforma. De acordo com comunicado da empresa, mais de 75 milhões de músicas foram retiradas da plataforma por se enquadrarem nesse tipo de produção.

A clonagem de voz – os chamados deep fakes – também é alvo do Spotify. Músicas que imitam outros artistas, seja por IA ou por outros métodos, sem permissão do original passaram a ser excluídas da plataforma.

Em junho, o Deezer foi a primeira plataforma musical a rotular músicas inteiramente produzidas por IA. O serviço de streaming afirmou que recebe mais de 50 mil faixas geradas por inteligência artificial por dia. Isso equivale a um terço do conteúdo enviado diariamente.

O serviço de streaming também definiu que não irá mais colocar tais faixas em playlists criadas por seu algoritmo. Além disso, o Deezer também é a única das principais plataformas a assinar a “Declaração sobre o treinamento de IA”, documento com mais de 50 mil signatários contra o uso não autorizado de obras para o treinamento de modelos.

No comunicado de setembro, o Spotify afirmou que apoia o padrão de rotulação em desenvolvimento pela DDEX (Digital Data Exchange). O sistema da organização sem fins lucrativos permite que produtores e distribuidores identifiquem se a música é feita por IA. A ferramenta permite detalhar o momento em que a inteligência artificial foi utilizada – se na faixa inteira ou em trechos, como na voz ou na pré-produção.

top 7 comments
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[–] mingueo@lemmy.eco.br 2 points 45 minutes ago (1 children)

a falha das pessoas em reconhecer música feita por gente e feita por IA dá pra ser atribuído a uma consequência do capitalismo.

produção artística em massa gerando conteúdo enlatado e extremamente similar. mal dá pra diferenciar bandas e artistas. isso nem é de hoje e não é exclusivo dos gêneros mais populares de hoje em dia, tem muito tempo.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 1 points 28 minutes ago

A tiktokzação da música a todo vapor, se não dá pra fazer uma música para o tiktok popularizar, pq fazer?

[–] guilhermegnzaga@lemmy.eco.br 3 points 2 days ago

"vai ver ao vivo" funciona nesses determinados casos

[–] alineonline@lemmy.eco.br 4 points 3 days ago (1 children)

Essa limpeza dê setembro do Spotify atingiu alguns artistas independentes sérios! Vi reclamações no Instagram. E ontem depois que eu vi dois EPS do tiny desk Brasil, o YouTube teve a coragem de me oferecer clipe da tocanna.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 2 points 3 days ago (1 children)

Medo de perguntar o que é tocanna kkkkk

[–] arlon@connexia.hibiol.eu 1 points 2 days ago (1 children)

@potatoguy @alineonline

“Artista” de IA que faz paródias de músicas comuns, só que com teor sexual. É mais um meme.

[–] potatoguy@lemmy.eco.br 2 points 2 days ago

@arlon@connexia.hibiol.eu

Entendi, vlw pela explicação!